domingo, 16 de maio de 2010

Programa Bem-me-quer do Hospital Pérola Byington

Sexta-feira durante a audiência na FIESP, o deputado José Bruno me convidou a conhecer os programas do Hospital Pérola Byington. Eu já tinha assistido uma apresentação do equipe, em 16 de abril de 2009, na própria Assembleia, organizado pelo deputado. Na época, tinha escrito uma matéria que mandei para um jornal de Catanduva. Não sei se chegaram a usar. Porém, com mais de um ano de atraso, aqui está.


Cada vez mais, vitimas de abuso sexual são crianças e adolescentes, diz o equipe especializado do Hospital Pérola Byington, quinta-feira na Assembleia Legislativa. A programa Bem-me-quer atende umas 300 vitimas de abuso sexual cada mês, mas enquanto poucos anos atras menores de 14 anos eram 50-60% dos pacientes, mas em 2008 foi 60-70%. Já em 2009 230 meninas e 52 meninos foram atendidos.

A apresentação pelo Dr. Jefferson Drezett e membros do seu equipe foi o destaque da audiência "O Combate e Pedofilia" organizado pelo deputado estadual José Bruno, que lotou o auditório da Assembleia.

A programa do hospital começou nos anos 90, ideia do então governador Mário Covas, para que vitimas de abuso sejam atendidos em um lugar só, em vez de peregrinar pela Capital. "Sou ginecologista, não sou psiquiatra, pediatra, infectologista, ou advogado", diz dr. Jefferson Drezett, explicando as variedade de apoio que vítimas de abuso precisam.

"Não tem ninguém neste mundo que mais quer perder seu trabalho do que eu," ele disse, lamentando que há necessidade para os serviços que o hospital fornece. A programa atende o capital, Grande São Paulo, e cidades de interior próximas ao capital. Na visão do Dr. Jefferson, crescimento deve vir na forma de centros regionais. "Não tem porque uma mulher deve viajar quatro horas para falar com nossas psiquiatras."

O hospital, que é público e não cobra por tratamento, é considerado centro de referência. Dr. Jefferson rejeita a idéia de que Brasil precisa oferecer tratamento inferior por não ser "do primeiro mundo". O hospital foi pioneiro do mundo em fornecer tratamento preventivo contra HIV para vítimas de violência sexual, e é estimado que 10.681 tratamentos evitarem 259 casos da doença durante os últimos 15 anos.

A primeira etapa do tratamento é dado pelas médicas legalistas, que constam o abuso. Dra. Daniele Munoz diz que a maioria das vítimas crianças não sofrem penetração, mas somente "atos libidinosos", que são mais difíceis de comprovar, as vezes somente por laudo psicológico.

Abuso é um único ato em menos de 10% dos casos. Tende a ser repetido. Em quase 60% dos casos, continua por mais de um ano, e em 12% dos casos, continua por mais de cinco anos. Enquanto um em cada quatro crianças atendidos é menino, o abusador é quase sempre masculino, conforme Dra. Vera Denise de Toledo Leme, outra legalista do centro. Somente 2% dos abusadores de meninos são mulheres.

O tratamento do centro envolve traumatismos genitais e extragenitais; gravidez; impacto emocional e dano psicológico; e doenças sexualmente transmissíveis. "Não temos mais gravidez só porque muitos dos pacientes são imaturas demais para engravidar," disse Dr. Jefferson.

A audiência foi a segunda da AL na tema de abuso sexual, e o deputado José Bruno incentivou a plateia a conseguir assinaturas em favor de uma CPI estadual na tema.

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