segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Casos atuais e golpes antigas

Vamos dar uma breve olhada no andar dos vários processos. Temos confirmação oficial do que publicamos sexta-feira sobre CNCS x SBT; um relatório aguardado no caso principal; e "Brasil Naturista" tramando outro.

CNCS x SBT

Conforme o site do TJ-RS, a situação atual do caso CNCS x SBT é:

26/08/2010 "APÓS O VOTO DO RELATOR E DO PRESIDENTE QUE IMPROVIAM A APELAÇÃO DO AUTOR E PROVIAM EM PARTE A APELAÇÃO DAS RÉS, PEDIU VISTA O EMINENTE DES. PAULO ROBERTO LESSA FRANZ." Proferiu sustentação oral o(a) Dra. Nina Turk pelo(a) apelante/apelado.

Até onde vai, isso confirma o que postei sexta-feira sobre a sessão. Notam que conforme o site, o relator e presidente negaram a apelação da Colina por inteira, enquanto deram parte do que SBT pediu. Até onde o terceiro desembargador vai concordar é o assunto agora.

Pensei um pouco sobre o peso que os juízes deram ao caso de pedofilia. Achei isso uma bobagem do advogado do SBT, pois que relevância um acontecimento de 2007 pode ter sobre um fato de 1999?

Descartei o assunto, pois sei que é as acusações foram inventadas em 2007 (algo que quem as inventou também sabe). Mas na visão dos Tribunal, onde parece que uns ainda não sabem, as acusações apontam uma prática que aconteceu embaixo das saias da Colina do Sol. As acusações não são um "dano a imagem" da Colina dos Sol, posterior e independente daquele que Ratinho causou em 1999, como na lógica peculiar do Código de Ética da FBrN que enquadra não quem faz algo criticável, mas quem faz a crítica.

Não, para os juízes, a Colina do Sol é um lugar onde realmente se comia criancinha. "Não vejo como denigrar uma sociedade que já está denegrida," diz um, e para quem presume verdadeiras as acusações, as prisões somente deram notícia as práticas repugnantes acolhidos no lugar faz tempo. Desmascaram a "filosofia naturista".

Mas aqui creio que os juízes erraram.

A naturismo brasileira não serve para encobrir pedofilia.

Serve para encobrir estelionato.

Laudo para 31/08?

Conforme o site do TJRS, a situação atual do caso principal é "AGUARDA LAUDO PERICIAL P 06 31.08", e 31/08 é amanhã.

O laudo em questão é sobre a máquina fotográfica de Fritz Louderback. Já publicamos aqui umas das fotos, que eu obtive de Douglas Anner Louderback, que aparece nelas. A máquina antiga de Fritz tinha pifada, e ele comprou esta nos EUA em agosto de 2007, quatro meses antes das prisões.

Não vai haver nada nela, nem Douglas pelado na Colina do Sol, para a tristeza das leitores femininas, e para a desespera da Promotora Natália Cagliari, para quem esta foi a última cartada. Ela insistiu neste caso até que bateu todos os recordes gaúchos para páginas de processo criminal, e custou mais aos cofres públicos do celebrado case DETRAN. E ela não tem prova nenhuma.

Indo para a julgamento do caso criminal, Dra. Natalia Calgiari vai chegar à Justiça com mãos abanadas. E chegando os processos civis - pois o comportamento dela no caso Colina do Sol ultrapassou a imunidade funcional, e em muito - ela vai sair da Justiça com uma mão na frente e a outra atrás.

Só assim para que outros promotores pensam duas vezes, ou três, antes de perseguir inocentes numa farsa destas, confiantes que somente os inocentes vão sofrer.

Noto que o fato que o relatório é previsto para dia 31, não é garantia que vai chegar. A IGP-IC pode dar prioridade a outros casos, onde tem réus presos ou onde um crime aconteceu mesmo, em vez de gastar tempo num caso onde uma dúzia de laudos já saíram redondamente em favor dos réus.

Naturis, abril de 1995, p. 10

"Brasil Naturista"

Entre os papeis no caso 070/1.08.0004990-5 na vara de Taquara, RS, em que o FBrN reclamou as terras da Colina do Sol, sr. Celso Rossi - ou talvez a corja que tomou posse da Colina do Sol - juntou a edição de abril de 1995 da revista "Naturis", em que na página 10 da mesma - fls 104 do processo - está:

 
Roberto Soares, delegado do NGN, lançou uma grife "Brasil Naturista", durante o 1º RIOSP, realizado em Guaratinguetá/SP, no clube Rincão.
 

Está marca que Roberto Soares lançou com pinturas corporais, agora está sendo usado por uma revista cujo editor, Marcelo Alves Pacheco, nunca está, pelo menos quando oficiais de Justiça o procuram.

Aparentemente, sr. Pacheco não negociou o uso da marca, da mesma maneira que pelo menos dois casos na Justiça (links ao lado) afirmam que ele usou fotos de menores pelados sem permissão anterior dos pais ou responsáveis destes.

Mais fascinante ainda é que a diretoria da Colina do Sol foi surpreendida pela descoberto de que o clube tinha comprado a empresa Naturis, ficando responsável por suas dívidas. Sr. Wanderley Castreano pensou que tinha comprado Naturis, mas ficou somente com os números antigos da revista - e, também, com as dívidas.

Mas quem ficou mesmo dono da única revista brasileira de naturismo era o antigo funcionário do sr. Rossi, Marcelo Pacheco, que foi em frente com outro nome.

Que o Sr. Pacheco está usando um nome inventado por outro não é, então, algo que deve nos assustar. É coerente com o histórico do estimado "Conselheiro de Ética" da FBrN.

Registro no INPI

O registro de marcas e patentes no Brasil é feito pelo INPI, e no seu site qualquer um pode pesquisar quem é o dono de uma marca.

Sr. Soares me informou pelo e-mail que ele nunca registrou a marca "Brasil Naturista". Sendo que meus leitores buscam informações e não "achismos", fui consultar.

"PORTAL BRASIL NATURISTA E EDIÇÃO DE REVISTAS LTDA" pediu o registro da marca "Brasil Naturista" em duas categorias, no dia 2 de julho de 2010, e o pedido foi publicado no dia 17, quer dizer menos de duas semanas atrás.

A publicação serve para a contestação, para permitir que alguém dizer, "Há aqui prova impresso de que eu estou usando este marca faz mais de 15 anos, nesta comunidade pequena."

Os pedidos são 902767020 no categoria de impressos, e 902744429 em "Assessoria em gestão de negócios" e outras áreas, um claro sinal de que naturistas brasileiras e de fora, devem segurar suas carteiras.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A indenizão do SBT despenca

"De R$1 milhão para R$200 mil!"

A Décima Câmera Civil do TJRS ouviu ontem as apelações de SBT e Colina do Sol da indenização que, com juros e correção, tinha ultrapassada a soma régia de R$6 milhões. O relator e o presidente da câmera concordaram em reduzir o principal de R$1 milhão para R$200 mil, quando o terceiro desembargador, citando condenações de junho do SJT fixando danos morais em valores entre R$5 mil e R$50 mil, que ele declarou "estão servindo como uma loteria", pediu vistas ao processo, que adia o julgamento. Eu tinha a percepção que ele estava disposta a reduzir a soma ainda mais.

Um desembargador comentou que os juros "dobrariam" a indenização. Numa outra apelação ouvida na mesma tarde, um pedido de vistos empurrou o julgamento para outubro - que daria tempo para que os desembargadores percebessem que a correção monetária já em si mais que dobraria a soma, para nem falar de juros desde 1999.

Tempo para perceber, e corrigir, para que dobrassem e nada mais.

Negaram, secamente, o pedido de Dra. Nina Turk de aumentar os honorários advocatários. Este decisão também provavelmente já tomaram antes dos argumentos orais, mas a atuação da Dra. Nina perante o tribunal poderia ter confirmado a visão de que não merecia nada além dos honorários de praxe.

SBT nem se deu o trabalho de mandar um advogado para apresentar argumentos orais, nem mesmo para assistir as deliberações.

Argumento oral

Dra. Nina Turk começou falando da natureza "emblemático" do caso, e como "me internei no naturismo, e gostaria de falar desta filosofia, mas não teria como desfazer os danos de imagem feitos pelo SBT". Usou a analogia padrão de "um saco de penas que se estoura na rua, nunca se consegue reunir todas."

Ela falou também dos "danos para o clube, para naturismo nacional e internacional".

Parecia que ela se delongaria no assunto de naturismo, mas encerrou este parte rapidamente, talvez percebendo que não estava colando com os desembargadores - que não queriam nem ouvir como resolver tirar a calça e mais "filosófico" do resolver usar chapéu. Muito menos imaginar sua internação particular na prática. Talvez se ela tivesse usado roupa mais feminina, ou se tivesse uma figura que roupa feminina alavancaria ... mas pelo menos viu que era melhor cortar.

Usou o argumento que SBT ganha muito dinheiro, e que a indenização não pagaria o salário mensal de Ratinho na época.

E por fim, pediu um porcentagem maior de honorários.

O tempo de fala está controlada no TJRS, por meio de um humilde relógio de cozinha. Dra. Nina não usou todo o tempo disponível - o relógio tocou no próximo caso, quando o relator já tinha lida sua decisão, o presidente tinha conversado e concordado, e o terceiro se colocou e pediu vistas.

Ela tinha mais tempo para argumentar, se tivesse argumentos melhores para fazer.

Relator já vi este filme

O relator, Des. Túlio de Oliveira Martins, concordou que os fatos no caso eram claros. Tinha um contrato com SBT que especificamente vetava o uso das imagens na programa de Ratinho. Ele lembrava de "uma série de ações individuais, pessoas nuas e comentários de deboche".

Ele voltou depois para esta tema, notando que houve "Precedentes com condenações altíssimas para indivíduos, todos balizados pelo poder econômico."

O tiro no pé

Algo que me pegou de surpresa, lendo o processo, é que na apelação, SBT diz que

"De mais a mais, exsurge cristalino que o rumoroso caso de abuso sexual (que redundou na prisão de dois colineiros. Tal fato é notório e prescinde de qualquer prova, pois o Brasil inteiro soube através da imprensa sobre as barbaridades que aconteceram nos domínios da Autora) estigmatizou a Autora para sempre, enquanto que a reportagem em testilha há muito tempo já caiu em esquecimento. Tal conclusão é de suma importância para que este e. Tribunal possa reformar a sentença."

Em reposta disso, dras. Nina Turk e Vanessa Teixeira Muller dizem do caso:

"É bem verdade que em 2007 quatro associados do CNCS foram presos acusados do crime de pedofilia. Contudo, referida ação penal encontra-se sob a análise do poder judiciário e é muito posterior ao evento danoso tratado nestes autos."

O maldito "sigilo de Justiça" criou barreiras enormes para que eu conseguisse os fatos que aqui publico, depoimentos e laudos que deixam "cristalino" a falsidade das acusações, que partiram somente dos devedores e desafetos dos acusados, dentro da Colina do Sol.

Apesar do sigilo, de uma maneira completamente irregular, Dras. Nina e Vanessa assistiram as audiências das quais a imprensa era barrada. O que os leitores aqui sabem, elas também sabem. As acusações são uma farsa. Tomaram o cuidado de não se comprometer no processo, pois sabem da inocência dos acusados.

Levanto isso pois, estranhamente, os desembargadores dedicaram muito tempo as acusações de 2007, no julgamento da atuação de SBT em 1999.

Parece que as falsas acusações feitos pela corja, na sua afã de se livrar do seu credor, Fritz Louderback, e se apossar dos bens dele, serviu para derrubar, em muito, o valor deste indenização. Foi um tiro no pé.

Temerário

Outra colocação interessante do relator, foi de que permitir que SBT fizesse a programa já era "temerário". A natureza da programa de Ratinho era muito conhecida, pertenceu a SBT, e até com ressalvas no contrato, sabiam de todos os riscos que seguiam uma exposição destas. Que SBT fez o que não devia é indiscutível, mas foi temerário abrir a porta para eles. /p>

O conduto do SBT, ele enfatizou, "vai além da negligência, demonstrando verdadeiro [minhas notas aqui ilegíveis] para levar dano moral a outro."

Neste momento, arbitrou os danos em $200 mil, diz algo sobre juros que não peguei, e negou aumentar os honorários

Sabe que vai sair queimado

Outro desembargador - acho que foi o presidente da 10ª Câmera - notou que quem negocia com Ratinho e seu estirpe, "sabe que vai sair queimado". Apontou também a natureza do CNCS como "sociedade sem objetivo de lucro", e que "não existe documento que comprove" as perdas.

Neste último ponto, posso esclarecer que não existe documento que comprove perdas, pois os documentos existem, entre as Atas e relatórios financeiros da Colina, só que eles comprovam o contrário: o programa de "Ratinho" não causou danos financeiras à Colina do Sol. O depoimento de Jõao Ubiratan dos Santos, "Tuca", especificamente, é perjúrio, cabalmente desmentido por documentos.

Sobre o caso de abuso sexual, um dos desembargadores comentou que "Não vejo como denigrar uma sociedade que já está denegrida."


A decisão da 10ª ainda não foi tomada, e formalmente ainda não é "notícia". Se for "temerário" falar com humoristas de televisão com a bunda de fora, é ainda mais temerário prever decisões judiciais não finalizados.

Mas publico, pois os sócios da Colina do Sol não tem outro fonte de informações. A diretoria está em guerra contra os sócios, e qualquer coisa que eles informariam, refletiria a interesse deles.

Jornalismo consiste em dar a notícia de forma isenta. A decisão da primeira instância saiu aqui, primeiro - não porque me agradava, mas porque era importante para entender este caso. A sessão de ontem, tem a mesma importância. Então publico. É notícia, e isso aqui é jornalismo.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Vejam os mapas você tambem!

Comentei ontem, e já hoje, os dois mapas da Colina do Sol: aquele que Celso Rossi usava para vender, e o que ele usuava para mostrar o que ele tinha comprado - o segundo mostrando muito menos terreno que o primeiro.

Ao lado, temos o "mapa de vender", mostrando o canto sudeste da Colina, quer dizer, da "vila" para a limite do morro.

Chama sua atenção especialmente para o predio da administração, e a trilha que é uma lina preta, no diagonal, e a casa de Celso. Estas marcas podem ser identificadas na outra mapa, ainda que nele, a trilha é uma rua como as outras.


Agora, vemos a mapa do que Celso comprou: as terras cuja propriedade estava comprovada pelas papeis no Tabelionato, ou no Registro de Imóveis.

Mas nem tanto. Celso disse em várias papeis que tinha comprado 6,5 hectrares do finado sr. Theobaldo Fleck, mas eu nunca vi papeis comprovando isso, e ele nunca mostrou qualquer papel. A matrícula no Registro de Imóveis, atualizado por seu filho Luis Antônio, em 31/10/2010, atesta que o proprietário é sr. Luis Antônio mesmo. E não Celso Rossi.

Esta mapa me parece está incluindo várias hectares das terras dos Fleck. Notamos que pelo mapa, o prédio de administração fica no terreno comprado do sr. Evaldo Antônio da Silva. Mas seu Evaldo me falou, que o terreno dele era, entrando pelo portáo atual da Colina, passando a faixa estreita de Zeca, no lado do sul da rua, enconstando no posse de Olívio, "seu Lili". E não lá na Administração.


Agora, a mapa do que foi comprado em amarelo, superposta no que Celso disse que tinha para vender. Até supondo que Celso tinha comprado algo dos Fleck, podemos ver na mapa, que ofereceu para venda terrenos que ficavam nas terras que até ele sabia ainda eram dos Fleck.

Este mapa, de 2001, somente mostra uma casa construida nas terras do Fleck, mas há outras que não aparecem, como as de Marcelito e de Roni.

A realidade aqui, pelo que consigo verficar (e lembrem, que a corja vetou minha entrada na Colina, e até agora eu não poderia verificar isso com as testemunhas que lembram das terras, e um GPS) tudo que se vê nesta mapa, de uma linha no nivel do prêdio da Administração para cima, pertence à familia Fleck. As terras, e a 33 cabanas nelas construidas.

A mapa de verdade

Só para lembrar, aqui é a mapa de verdade, dentro do que eu consegui levantar. Poderia haver pequenos erros, mas já expliquei as limitações com que trabalho: minha inspeção do terreno é ilegamente barrada pela corja da Colina.

Nesta mapa, o canto da "vila", o canto sudeste, está na esquerda inferior. A divisa em amarelo, é a do mapa de vender. Em laranja, a mapa do que comprou. E os quadros coloridos, os terrenos com matrícula ou contrato de tranferência; clicando em cada um dá detalhes dos documentos.

Notam a área entre a borda laranja e os quadros coloridos: esta terra é dos Fleck, invadido.


View Colina do Sol - glebas in a larger map
E assinou embaixo

E assinou embaixo

O bloco de assinatura da mapa leva, como já informamos, a assinatura de Celso Rossi. Depois de tantos anos de experiência em se esconder atrás dos outros, ele se esqueceu, e assinou este mapa, que comprove fraude.

Com a palavra, sr. Celso Rossi

Os dois mapas, um para vender, o outro para comprovar o que comprou, deixam realmente nenhuma dúvida sobre a natureza da negociata das terras da Colina do Sol, e a hostilidade contra quem ousava questionar. Fritz Louderback queria regularizar, Dr. André Herdy leu as Atas da FBrN e disse que queria averiguar, e estes foram alvos de denuncias que partiram da corja e que nada apoia em mais de 5.500 páginas do processo mais caro de Rio Grande do Sul.

E Dana Wayne Harbour acumulou evidência de que ele foi defraudado, e talvez destes outros fraudes, mas estes provas sumiram depois que ele morreu na sua cabana dentro da Colina.

Mas chegamos a hora para o "outro lado". Vamos ouvir a versão do capitão da Colina do Sol e da sua corja, nas suas próprias palavras:

 

Faço isso para que não restem dúvidas quanto ao modo como foram adquiridas as terras da Colina do Sol e de que esta ação foi intentada com o único objetivo de dar ares de verdade às calúnias das quais tenho sido vítima, nos últimos anos, promovidas de modo covarde e criminoso, via internet. O objetivo dessas calúnias é dar suporte à tese de defesa dos quatro acusados de pedofilia, de que os mesmos teriam sido denunciados à polícia de modo injusto, para que se afastassem de supostas "investigações" que estariam promovendo sobre as "fraudes" que eu teria cometido para a compra das terras da Colina do Sol.

Aos amigos que nunca se deixaram influenciar por essas pessoas de má-fé e manifestaram, desde o primeiro momento, sua solidariedade, minha gratidão.

Àqueles que, sem me conhecer e sem buscar a verdade dos fatos, se uniram em fileiras aos caluniadores profisssionais, meu perdão.

 
Celso conta sua versão

Colina do Sol perde a força

A corja da Colina e seu capitão
naveguem em outros mares
De vez em quando ouço críticos de que publico aqui coisas de difícil entendimento. Claro que uns assuntos aqui tratados exigem uma apegação aos detalhes, como o mapa da Colina - uma quebra-cabeça que ficou possível de montar somente quando descontamos a mentira de Celso Rossi de que o terreno 2025 ficava debaixo do hotel.

Mas as reclamações não são do tratamento dos assuntos realmente difíceis, mas das referências literárias e poéticas desnecessárias. Para estes leitores, nosso título de hoje de manha - "Colina do Sol perde a força" - é um mal pressagio, de mais uma alegoria irritante.

Tenho uma notícia boa, então, para estes leitores que preferem o literal ao literário: o título quer dizer que RGE retirou seus postes.

O finado Dr. Décio ganhou a sua causa

Um dos processos que consultei ontem no Fórum foi talvez o último do finado Dr. Décio José Schirmer, que até comentou nos autos que o câncer que se espalhava pelo seu corpo ainda não atingiu nem seu cérebro nem sua mão, permitindo que ele defendido seus diretos.

Os Schirmer, lembramos, são os vizinhos no lado de fora da portão da Colina do Sol. RGE tinha fincado postes nas terras dos Schirmer, com a única finalidade de levar mais uma linha de transmissão elétrica para o que RGE descreveu como "o maior comunidade naturista da América Latina".

Evidentemente, ninguém informou RGE de que a corja que tomou conta da Colina, na sua guerra contra os sócios, já tinha reduzido os residentes de 60 para 9, dos quais pretendem expulsar um terço dos remanescentes, quer dizer, Fritz Louderback, Barbara Anner, e seu filho, Douglas.

Era muito poste e muito dinheiro para servir seis pessoas só. E era um imposição grosseiro no direto dos Schirmer.

Conforme o processo, RGE diz que só existia uma alternativa, que seria mudar os poste para as terras do vizinho, Darcy Camargo. Mas que não houve nenhuma casa no terreno, e que "nem a direção da Colina do Sol sabia quem cuidava do terreno".

Como já notamos aqui, a Colina do Sol despreza seus vizinhos. Eu não; um dos lados positivos deste trabalho foi a oportunidade de conhecer Morro da Pedra e seu povo.

A primeira pessoa para quem eu perguntei sobre as terras de Carmargo foi Marino, e ele se identificou como quem cuida das terras para os nove herdeiros, em troca do direto de usufruir do pastagem e de lá plantar.

Finalmente, os postes estão fora

Liguei para o advogado dos Schirmer, Dr. Joaquim Guedes de Souza, para oferecer o telefone de Marino. Ele agradeceu, mas disse que não precisava - na última fim de semana a família do Dr. Décio se reuniu no sítio, e certificou que RGE tinha finalmente cumprido a ordem judicial, e retirado seus postes.

Mais dos mapas

O mapa usada para vender -
o canto esquerdo superior não consta na mapa do que foi comprada

Comentamos ontem o segundo mapa da Colina, datado de 2004. Retornando para o hotel, descobri que felizmente trouxe comigo uma cópia grande do mapa de 2001, de "projeto de urbanização" do mesmo engenheiro, aquele mapa que Celso Rossi usava para vender "concessões residenciais". Há uma versão colorido com adições "artísticas" na parede da portaria, e no site, conforme ao lado.

Examinei também o mapa incluído no laudo de avaliação 523/02 do BRDE. Aquele mapa é muito reduzido e de leitura difícil, mas as divisas da Colina com os vizinhos, são as mesmas daquele mapa elaborado em 2004 que estava no processo de usucapião.

Pelo que vejo, Celso Rossi sempre tinha dois mapas, um para mostrar o que ele comprou, e o outro, para vender.

E não há dúvida: terrenos foram vendidos, e casas erguidas, em terras que o mapa que Celso guardou para si, mostrava claramente, eram de outros.

Deuteronômio

Encontramos a situação na Biblia, em Deuteronômio, 25:13-15,

 

13 Não levem na bolsa dois pesos diferentes, um maior do que o outro,

14 nem tenham em casa duas medidas diferentes, uma maior do que a outra.

15 Usem pesos e medidas certos, para que vocês vivam muito tempo na terra que o SENHOR, nosso Deus, lhes está dando.

 

O outro livro

Mas o Bom Livro só tem peso moral, e a corja da Colina e seu capitão naveguem em outros mares, livres dos recifes da consciência e as tempestades de remorso.

Felizmente, há um outro livro, chamado de Código Criminal. Determinar em que capítulo dele esta atividade se encaixa - ou acho que o termo de arte é, "se enquadra", é uma tarefa para a Promotoria.

Para quem eu a entregaria hoje, antes que o sol se ponha.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A mapa falsa da Colina do Sol

Papeis falsos são coisa pesada no Brasil. Celso Rossi geralmente toma cuidado com isso, assegurando que quem assina em baixo, é outro. Pensamos já no avaliação do Ocara em R$714.828,46, assinado somente pelo contador com o espaço para a assinatura de Celso em branco, ou a descrição fantasioso da Colina com a avaliação de mais de R$5 milhões, assinado somente pela Dra. Alice de Alice Imóveis.

Até os peritos deslizam

Eu pedi o desarquivamento do processo de usucapião das terras cujo posse Celso Luis Rossi e Paula Fernanda Andreazza compraram dos herdeiros de Idalino Correa. Eu esperei que por deslize Celso teria colocado uma mapa mostrando a situação verdadeira das terras, que mostraria que ele sabia muito bem que deu um terreno sem valor em garantia do empréstimo do BRDE.

Mas ele deu uma mapa falsa. E, além da assinatura do topógrafo, há a assinatura de Celso Rossi. E, depois de assinar o documento "frio", ele o deu para a Justiça. Um deslize. Não fatal, mas criminal, sem dúvida nenhuma.

Mapa grande

A mapa é um daqueles tamanho de uma mesa, e escanear-la é difícil, viajando. Mas umas das mentiras dá para apontar, já. A mapa mostra terreno 23.723 como incluindo o prédio da administração, também chamado do antigo restaurante, e parte da "vila".

Mas como já falamos aqui, o terreno do registro 23.723 pertencia a Evaldo Antônio da Silva. Que é uma pessoa verdadeira, e vivo - vi ele e a esposa ontem em frente ao supermercado Rissul na rua principal de Taquara - e me informou na última viagem, claramente, que seu terreno ficava na entrada, depois do terreno 46.485 de Zeca, no lado sul da estrada.

O terreno 2025 - aquele fraudulentamente ofericido em garantia do empréstimo de BRDE, é colocado onde está o hotel. Mas a fantasia dos terrenos em volta, parece um pouco diferente do que na mapa oferecido ao BRDE.

O terreno 2025 pertenceu ao Antônio da Silva, antes que ele vendeu para o finado Olívio. Mas Antônio está vivo, foi chamado para depor neste mesmo processo de usucapião, e eu falei com ele, também. O terreno dele ficava no lado de norte da rua, e o registro de Zeca, e o Registro de Imóveis, afirmam que 2025 era vizinho de Zeca.

O desprezo de Celso Rossi e a Colina do Sol para seus vizinhos de Morro da Pedra os pegou aqui. Este bobagem é facilmente desmentido, simplesmente ouvindo as pessoas cujos nomes constam nos papeis. Que existem, e são honestas.

Crime e prova de crime

As mentiras da mapa não acarretam grande diferença para o processo de usucapião. Não vejo porque deve ser revertido, até porque é um bem que pode ressarcir uma vítima ou outro do casal Celso e Paula.

Mas no Brasil, fazer uso oficial de um papel falso - até um papel falso que afirma um fato verdadeiro! - é crime. Ter dado este documento falso para a Justiça é crime, já em si. Celso e o engenheiro Gerson Lamberto assinaram a mapa falsa em março de 2004, mas Paula Fernanda Andreazza também é parte do processo. Não sei se ela responde também - é uma pergunta para a promotoria e a Justiça.

Quando os capitães falham ...
A mapa difere, e muito, da mapa "oficial" que enfeita o site da Colina do Sol, e que está na parede da recepção. Esta mapa já invade as terras da familia Fleck, mas não tanto quanto a outra. Várias casas - o do Marcelito, que ele acabou de vender para "um japones" conforme Douglas, e para um "Chinese" conforme Fritz, é claramente nas terras dos Fleck. A cabana de Roni, também, está nas terras que Celso sabia muito bem que nunca comprou.

Talvez isso explica a hostilidade da corja da Colina para com Roni e Marcelito. Vários deles sabem da situação verdadeira das terras, tanto que levaram um susto quando eu e Fritz Louderback almoçamos com Sr. Luis Antônio Stumpf Fleck, na casa do Marino. Sabem que um terço das casas da Colina do Sol, 33 casas, realmente estão nas terras devidamente registrado ao sr. Fleck.

Muitas das "concessões residenciais" vendidos para Silvio Levy, também se encontram situadas em terras que nunca pertencerem ao Celso nem ao CNCS. A mapa "oficial" da Colina engole muito que pertence aos outros. E que, como a mapa de 2004 submetido com o usucapião mostra, em terras que Celso Rossi muito bem sabia que pertenciam aos outros.

Que, ao ver dele, não foi impedimento para que ele as vendiam para Silvio e para outros vitimas da Colina do Sol.

A ação contra Joe Sharkey

Para quem chegou do Observatório da Imprensa procurando os detalhes da ação contra Joe Sharkey, podem ser encontrados aqui.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

"A esperança depende da perseverança"

Não te enfades por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniqüidade.
Pois em breve murcharão como a relva, e secarão como a erva verde.
Confia no Senhor e faze o bem; assim habitarás na terra, e te alimentarás em segurança.
Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração.
Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará.
E ele fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu direito como o meio-dia.
Descansa no Senhor, e espera nele; não te enfades por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa maus desígnios.
Deixa a ira, e abandona o furor; não te enfades, pois isso só leva à prática do mal.
Porque os malfeitores serão exterminados, mas aqueles que esperam no Senhor herdarão a terra.
Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá; atentarás para o seu lugar, e ele ali não estará.
Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de paz.
O ímpio maquina contra o justo, e contra ele range os dentes, mas o Senhor se ri do ímpio, pois vê que vem chegando o seu dia.
Os ímpios têm puxado da espada e têm entesado o arco, para derrubarem o poder e necessitado, e para matarem os que são retos no seu caminho.
Mas a sua espada lhes entrará no coração, e os seus arcos quebrados.

Salmo 37, lido hoje a noite na abertura da sessão da Câmera de Vereadores de Taquara

domingo, 22 de agosto de 2010

A escala do Mal

Se a bota couber ...

O site do NPR - National Public Radio - trouxe ontem uma matéria sobre professor Michael Stone da conceituada Universidade Colombia, um psicólogo forense (de verdade, não um farsante como Dra. Heloisa Fischer Meyer) que estuda a maldade, e que acabou de fazer uma escala do Mal.

A matéria começa no fundo do poço:

 

Por último são os profundamente psicopáticos, ou "aqueles que possuem charme superficial, fala fácil, grandiloqüência, mas de mais importante esperteza e a capacidade de manipular," disse Stone. "Eles não tem remorso nenhum para o que eles fizeram com outras pessoas."

 

Creio que meus leitores reconheceriam nisso uma personagem que freqüenta muito estes relatos do caso Colina do Sol. A descrição cai como uma luva. E, para misturar figuras e culturas, como dizemos em inglês, "se a bota couber, calça-la."

Enquanto isso, na Justiça Federal de Mato Grosso

Aviation International News conta.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O cânhamo

Celso Rossi
O enforcamento de Capitão Kidd

Nós já falamos da transferência de 35.000m² das terras centrais da Colina do Sol, a área incluindo o lago, o restaurante, e o hotel, de Celso Rossi e Paula Andreazza para Ocara Hoteis e Restaurantes S/A. A pergunta que fizemos foi, "será que foi engano?" O terreno certo, bem descrito, foi transferido para Ocara. Mas o que está hipotecado para garantir o empréstimo de dinheiro oriundo do orçamento federal, é outro. Onde não há benfeitoria nenhuma.

Dar o terreno certo não é crime, ou pelo menos não seria, se Celso e Paula não tivessem vendido "Títulos Patrimoniais", que alegavam dar para seus compradores um interesse fracional em todo o patrimônio da Colina do Sol, inclusive aquele terreno onde fica o hotel e o restaurante.

A arma fulminante

Mas como foi que outro terreno acabou como patrimônio de Ocara, e hipotecado ao banco? A resposta está na Ata de Ocara de 30 de agosto de 2001, que o leitor pode conferir abaixo. Cito o texto-chave - a arma fulminante do crime:

 
"Ocorre que somenta agora foi identificada a MATRÍCULA do imóvel, por aquele ato incorporado, devido ao fato que fazia parte de um todo maior e sobre o qual os acionistas subsritories detinha a plena propriedade e posse. Referido bem possui o nº de MATRICULA 2.025, perante o Ofício do Registo de Imóveis da Comarca de Taquara (RS), livro nº 02, do Registro Geral e possui a seguinte descrição: "UM TERRENO RURAL DE CULTURA, com a área de 33.818 m2., sem benfeitorias, situado em Morro da Pedra, neste município, confrontando-se: ao sul, com terras de Constantino Antônio da Silva; ao leste, cp, (sic) ditas de Alfredo Antônio da Silva; ao norte e oeste, com terras de Generoso Antônio de Souza. INCRA 852 120 034 (sic). A caracterização fica, por conseguinte, RETIFICADA ao bem imóvel e o valor fica RATIFICADO, tudo de acordo com a Alteração Contratual, antes mencionada.
 

O que aconteceu aqui é mais ou menos óbvio. Celso já estava de olho no dinheiro do BRDE - o empréstimo saiu em 2002 - e descobriu que um terreno sem matrícula não serveria para hipotecar. Resolveram dizer que o terreno onde ficava o hotel, "era outro", de tamanho mais ou menos correto, só que com matricula.

O Registro de Imóveis

O Registro de Imóveis é um cartório supervisionado pela Justiça. Tem a tarefa de manter um registro público de imóveis. Tem a fé publica. O registro é aberto ao todos, que podem assim conferir quem é o proprietário de cada imóvel. Para evitar fraudes.

Para evitar, por exemplo, o tipo de manobra feito pela Ata de Ocara S/A de 30 de agosto de 2001.

Encerramento

A Ata termina:

 
IV - ENCERRAMENTO - Nada mais havendo a tratar foi lavrada esta ata, que vai assinada por todos os presentes, a saber: Luiz Alberto Rossi e sua mulher Liselotte Arnt Rossi - em outorga uxório -, Paula Fernanda Andreazza, Celso Luís Rossi e Dana Wayne Harbour. O presente exemplar é cópia fiel do transcrito no livro próprio.
 

Está, realmente, completo e encerrado. A substituição dos terrenos não foi engano, não. Foi por ato consciente, formal, e assinado embaixo por Celso Luís Rossi, Paula Fernanda Andreazza, Luiz Alberto Rossi, e Liselotte Arnt Rossi.

Liselotte Arnt Rossi
Até sua mãe participava

Já explicamos, vendo o nome do blog, que calunia é acusar alguém falsamente de um crime. Na lei brasileira, existe a exceção de verdade - você tem o direto de provar o que disse. Eu digo, e assino embaixo, e comprovo: Paula Fernanda Andrazza, Celso Rossi e o pai de Celso, e até sua mãe, participaram do fraude pelo qual o terreno onde o Hotel Ocara já estava sendo erguido com o dinheiro de Dana Wayne Harbour, foi trocado por outro terreno, este sem benfeitorias e quase sem valor.

O finado Dana Wayne Harbour

Dana Wayne Harbour, antes da sua morte violenta, estava juntando as provas de que ele foi vítima de fraude no negócio da Hotel Ocara. Ouvi que ele juntou caixas de evidências, em grande parte cheques do Banco do Brasil, presumo que da sua conta e da conta da Ocara S/A. Há quem acredita que estas papeis, aqui publicadas, foram outras das provas que ele juntou.

A morte violenta de Wayne foi conveniente para certas pessoas, e para desvender um assassinato, a regra é seguir o dinheiro, e ver quem se beneficia. Não posso comprovar quem matou Wayne, então não faço acusações.

Negócio em familia

Chamo atenção aos leitores, de não somente Celso assinou a Ata que formalizou o fraude, mas também seus pais. É de larga conhecimento que Celso - para usar uma expressão americano - não tem nem um pinico para fazer xixi, nem uma janela de qual pode o jogar.

Mais seus pais participaram, e os bens da família podem compensar as vítimas.

O cânhamo

Ouvi muito, este tempo, de Celso Rossi. Que "Ele não dá ponto sem nó", de que "Ele é sabonete, sempre escapa."

Deixo os leitores hoje, com um pouco de poesia, de Steven Vincent Benet, chamado The Hemp (O cânhamo). A poema conta do Capitão Hawk, terror dos mares, com uma frase só para todos que pilhava: "O cânhamo que me enforcaria ainda não cresceu!"

O cânhamo que enforcaria Celso Rossi já cresceu. Os sementes ele plantou com as próprias palavras, na terra que ele achava estéril, nos papeis dos cartórios, da Junta, das folhas de processos no Fórum.

O cânhamo foi plantado, cresceu, e foi colhido, e a corda está se tecendo.


"And the days pass, and the weeks pass,
And the sands roll from the hour-glass.

"But down by the marsh in the blazing sun
The hemp is smoothed and twisted and spun,
The rope made, and the work done."


Prefeitura de Taquara no Google Earth

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Falso médico é outra coisa no Rio de Janeiro

 

Este postagem tem aparecido entre os mais lidos do blog recentemente. Acho necessário dizer, então, que enquanto eu afirmo e assino embaixo de todas as detalhes aqui expostas do conduto altamente reprovável da falsa psiquiatra Dra. Heloisa Fischer Meyer, eu não investiguei o caso da Dra. Sarita Fernandes Pereira. Li o que estava na imprensa, e a imprensa nestes casos tem sempre uma dupla padrão: o que condena (tão duvidoso que seja) vai pro ar ou pro papel; o que inocente (tão confiável e documentado que for) vai pra lata de lixo.

É bem possível, então, que a Dra. Sarita seja inocente, mais uma vítima da dupla polícia/imprensa, juntando a fome de aparecer com a vontade de acusar.

Richard Pedicini
27/09/2011

 

Pois psiquiatra não é

A falsa psiquiatra Dra. Heloisa Fischer Meyer tem recebido destaque aqui, pois seu papel foi de destaque no caso Colina do Sol: quando tinha uma falta total de evidência e vítimas, seus pareceres fajutos serviam para que delegado Juliano Brasil Ferreira tivesse alguma "prova" de mostrar para a Justiça é ainda mais, para a imprensa, este tribunal que aceita sem ressalvas qualquer acusação, poupando seu senso crítico para examinar o que a defesa apresenta.

Estes dias no Rio de Janeiro uma criança de cinco anos morreu depois de ser atendido por alguém que atuou como médico ainda que não tinha completado o curso de medicina.

Na matéria de O Estado de S. Paulo abaixo, podermos ver que a situação é igual, mas a resposta diferente, no caso do falso médico no Rio de Janeiro, e o caso da falsa psiquiatra no Rio Grande do Sul:

  • O estudante no Rio estava ainda cursando uma faculdade de medicina, mas pelo menos era um faculdade credenciada. Dra. Heloisa Meyer recebeu um certidão de uma instituição não-credenciada um mês depois de ter assinado laudos como se fosse psiquiatra no caso Colina do Sol; recebeu antes certidão de outra instituição não-credenciada na época;
  • O aluno no Rio "agiu com documentos falsos" e pode levar até 30 anos de cadeia; já publicamos um papel encabeçado "Parecer Técnico Psiquiátro" assinado por Dra. Fischer Meyer - que é tem tanto validade como parecer quanto este postagem que escrevo agora;
  • O aluno do Rio tinha um carimbo falsificado, e Dra. Heloisa Fischer Meyer falsificou um também conforme se veja acima;
  • Conforme o delegado no Rio de Janeiro, foi a diretora do hospital que contratou o falso médico, e portanto é o responsável. O mesmo papel no caso Colina do Sol foi desempenhado pelo delegado Dr. Juliano Brasil Ferreira;
  • A diretora do hospital no Rio foi demitida, indiciada, e teve sua prisão decretada pela Justiça, mas delegado Juliano continua onerando a folha de pagamentos da polícia gaúcha, e continua fazendo suas "operações" mediáticas, que a imprensa continua engolindo apesar dos absurdos óbvios.

Quando prender o delegado?

Uma pergunta que recebi de um leitor - que é ou pelo menos se passa por delegado Bolívar Reis Llantado - foi porque eu aqui defendo a prisão de delegados de polícia.

Continuo devendo uma resposta geral. Mas neste caso específico, a diretora do hospital no Rio de Janeiro contratou uma suposta especialista não-qualificada, e houve dano por isso, e há mandado de prisão contra ela. Juliano Brasil Ferreira fez a mesma coisa, com o agravante de que enquanto a diretora do hospital não queria o morte da paciente, Juliano precisava, e muito, um papel fajuto que seja que justificaria os prisões que ele já tinha efetuado.

A médica agiu com culpa (ainda que com dolo eventual pois sabia que ter desqualificado agindo com médico poderia dar nisso), sustendo que Juliano Brasil Ferreira agiu com dolo, mesmo. O delegado não merece o mesmo tratamento que a médica - merece tratamento mais severo.

Médica é presa após morte de menina no Rio

Falso pediatra que atendeu Joanna também teve a prisão decretada; garota morreu na sexta-feira
15 de agosto de 2010 | 0h 00
Bruno Boghossian - O Estado de S.Paulo

A polícia do Rio prendeu ontem uma médica suspeita de ter contratado o falso pediatra que atendeu e liberou uma menina que sofria convulsões e pode ter sido vítima de maus-tratos. Joanna Cardoso Marcenal Marins, de 5 anos, morreu sexta-feira, após 26 dias de internação, em coma, em outra clínica da cidade.

Sarita Fernandes Pereira era coordenadora de Pediatria do Hospital RioMar, na zona oeste do Rio, onde a menina foi atendida pelo estudante de medicina Alex Sandro da Cunha Silva, de 33 anos. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, ela foi demitida. A polícia procura o falso médico, que teve a prisão temporária decretada pela Justiça e é considerado foragido.

O advogado de Alex, Claudio Tavares, informou que seu cliente tem colaborado com as investigações e está em viagem, não foragido. Segundo ele, o estudante deve se apresentar à Polícia assim que receber a notificação.

A polícia disse que o estudante atuava com documentos falsos e receitou um medicamento que pode causar dependência. Sarita e Silva foram indiciados por tráfico de drogas, falsidade ideológica e material, e exercício irregular de medicina. As penas podem chegar a 30 anos de prisão.

"Segundo o depoimento do falso médico, ela (Sarita) é a responsável pelo fato: ela o contratou, entregou o carimbo com o registro falsificado e coordenava o esquema", disse o delegado Luís Henrique Marques Pereira. A médica nega. "Acredito na Justiça. Sei que tudo vai acabar bem."

[Texto continua no link]