sábado, 31 de março de 2012

Velas em Canela

As calçadas de Canela, uma semana antes de Páscoa, estão cheias de coelhos de pelúcia. Além deles, passei meia-dúzia de pessoas vestidas à carácter, ou à várias caracteres - um coração dançante no frente da farmácia; três grupos musicais ao vivo; duas senhoras com vestidos até o chão, durante uma tarde de muito calor.

O caminho é curto; três quarteirões do rodoviária até o Catedral da Pedra. Uma visita breve à esta maravilha, com seu teto de pinus e canos Tigre onde um catedral medieval teria gargoyles, e atrás dele seis quarteirões e uma virada à esquerda, onde encontramos Flâmmi Mundo das Velas.

A loja é um sobrado simpático, de amarela viva arrematada em azul, onde o portão do garagem abre para um mundo de cera multicolorida. O mercado-alvo da loja é visível no van turística parada em frente, e a placa com os horários: 10:00 a 18:00, de quinta a terça.

Dentro, as passageiros da van estão em volta da Elisete Oliveira, fazendo uma vela artesanal ao vivo. Um blank - uma peça moldade de cera incor, uns 20 cm de altura, está sendo banhado em cera colorido líquido. Na bancada em frende de Elisete são dez cubas cera a 85º tingidos com anilina oleoso, e ao seu lado, dois tanques de água na temperatura ambiente, ou no inverno, esquentado um pouco. Ela descreve a técnica e o histórico da loja enquanto a vela não pare no roteiro cera, água, cera, água. Até 50 camadas são precisos para criar uma vela.

Os cores de hoje são bordeaux, preto, marfim, vermelho, lilas, azul ultramarino, verde, branco, incolor e amarelo.

A vela crescendo sob os olhos das turistas (todo mulheres menos eu e o motorista) é um anjinho com chapéu chinês. O modelo, Elisete me conta depois, foi desenvolvido pela Astrid, dona da loja.

Auto-didacta

Astrid viu as velas artesanais sendo feitos em Orlando, nos EUA, mas a fábrica lá somente dava um curso para quem comprava uma franquia, bastante caro. Para dominar as técnicas de vela artesanal, Astrid levou dois anos, e jogo fora 500 quilos de parafina na aprendizada. Um tio na Alemanha, engenheiro químico, ajudou, e projetou a mesa de cera, que fica ligado 24 horas por dia, um termostato e aquecedor elétrica mantenho o banho-maria na temperatura correta para que os dez latas de cera continuam líquidos.

Muitos dos modelos de vela esculpida - o carro-chefe da loja - ela baseou em modelos dos EUA. Mas esta vela-boneca não se encontra um outro lugar do mundo, a não ser aqui em Canela, nesta loja agora com 17 anos de funcionamento.

Uma vez as camadas de cera são completas, a vela é pendurada pela pavio numa especie de forca tamanho boneca, e Elisete começa o trabalho com a faca. Ela terá três minutos até que a cera endurece e não pode mais ser trabalhado. O calor desta tarde é bem-vindo; no inverno ainda que a porta esteja fechada e a lareira acesa, as vezes endurece rápido demais e a vela com suas cinquenta camadas vai para o cesto de desmanche, de onde nascem humildes velas marrons.

As asas do anjo nascem de duas lascas separadas com cortes profundos. Um ferramento em "v" separa tiras menores, que são virados para baixo, exibindo as camadas multicoloridas. Uma tira de cima para baixo da roupão do anjo é retorcido repetidamente e pressionando de volta na vale do que saiu, mas agora com os cores subindo em espiral. O fundo da boneca, onde a cera liquido correu e pingou em estalactites, é cortado reto e vira o chapéu da boneca, com um desenho que lembra balas de açúcar de antigamente. Decais tirados da "caixa mágica" são os olhos e boca.

Elisete aprendeu a ofício olhando Astrid trabalhar, como aprendeu a filha da mestra, Michelle, e como está aprendendo seu neto Vinnie. Elisete já veio à fábrica artesanal com experiência em decoração de interiores. A loja sobrecarrega os olhos à primeira vista, como a variedade de cores e formatos de vela, mas olhando as prateleiras sem pressa fica evidente uma agrupamento agradável de cores, e um palete harmônico ou com contraste estudada. Nas velas feitos ao vivo para turistas, a escolha é de cores mais fortes, para que as camadas ficam mais destacadas, facilitando o acompanhamento da técnica.

Uma das senhoras do grupo compra o boneco, como geralmente acontece. As outras se espalham pela loja, escolhendo lembranças de Canela. As opções são muitos, quase todas feitas aqui mesmo, as velas de promessa de 7 ou 21 dias ficando entre as poucas exceções. Há velas esculpidas, moldados, pintados, perfumadas, em castiçais ou em lustres.

Enquanto o grupo de hoje parece em grande parte senhoras de mais idade, há um canto de loja dedicado às crianças, onde elas podem brincar longe da cera quente enquanto mamãe assiste à demonstração.

Da estação

Uma mesa com velas de Páscoa - ovos, coelhos, etc. - está na entrada, mas também há uma prateleira dedicada às especialidades de Natal. As arvores, de um verde escuro com tiras multicoloridas extirpadas e dobradas para baixo, são uma demonstração especialmente efetiva da técnica.

"Pessoas levam as velas de Natal e Pascoa o ano inteiro", disse Elisete, "Passam em Canela e compram para ter em mãos quando o feriado chega."


Moldes

Há mais de 500 moldes em gesso, aço inox, ou silicone, e cada um tem seu nome. Astrid mesmo produz os moldes de silicone, que podem ser feitos a partir de qualquer matriz, e sua flexibilidade permite captar muitos detalhes. Os flores - há velas de muitas espécies de flores - mostram recortes profundas e petalhas recurvadas.

Entre as formas mais populares são anjos, estrelas, peras ou gotas, bolas, e os pinheiros de Natal. Kits de coração são populares, e o "Casal de Amor" (abraçando de forma bastante estilizada e nada explícita) é levado muito por namorados.

Artesanal

Tudo na loja é feito de forma artesanal, sem maquinaria. As velas pintadas, também são feitas à mão. Um fogão de restaurante derrete a cera, que vem em pequenos flocos, mais fáceis de trabalhar do que blocos de cera. O acabamento escovada de umas velas é feito com escova mesmo, de aço ou bronze, do mesmo tamanho e formato de uma escova de sapato.

Os pavios supreendem. A grossura varia conforme o modelo da vela, mas são feitos de barbante comum de algodão, desfiado.

Customização

A natureza artesanal permite customização. Elisete mostra uma vela mais ou menos comum de mesa. Há um estoque destas em cera incolor, que são levada para a bancada dentro da loja, onde são banhados no cor da cera que o freguês especifica. As velas esculpidas também podem ser feitas com as camadas nas cores da preferência do freguês.

Parte do cenário de Canela

Flâmmi Mundo da Vela já faz parte do roteiro turistica de Canela, destacado nas mapas, com placas nas ruas, e as inconfundíveis velas visíveis nos pontos de informações turísticas. É um lugar bom para adquirir uma lembrança típica de Canela, e de assistir a criação das velas esculpidas.

Flâmmi Mundo da Vela
Rua Júlio F. Schimitt, 90
Canela - RS

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