terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A conivência comprovada

Na gabinete de Dra. Cagliari (Foto:MP/RS)
Dos sete acusados no caso Colina do Sol, três são pais, acusados de "conivência" com abuso sexual dos seus filhos: Marino, Isaías, e o finado Sirineu. A lógica da promotora Dra. Natália Cagliari, é que souberem do abuso, e nada fizerem, pois obtiverem vantagens financeiras.

É o que disse a promotora, justificando seu uso do poder enorme do seu cargo de denunciar, de acusar alguém de um crime.

Os fatos do caso, sugere que a explicação é outro.

Vejamos inconsistências:

  • Três pais foram denunciados, mas nenhuma mãe foi denunciada
  • O pai de Cleiton e Charles não foi denunciado; a única diferença aparente do caso, é que a mãe delas foi enganada para assinar um papel que não entendeu, para representar contra Fritz.
  • No seu relatório do caso, delegado Juliano Brasil Ferreira, ainda não sabendo que Isaías e seus filhos denunciaram tortura na delegacia, indiciou Sirineu e Marino. Não indiciou Isaías, pois tinha depois de sete horas na delegacia, conseguido uma acusação de Oziel.(fls 578)

A regra então é claro: quem fez uma acusação, não foi acusado.

O caso de Anerose Braga.

Ainda há o caso de Anerose Braga. (Antes de considerar as palavras da sra. Anerose, é bom lembrar que a ex-sogra dela disse que Anerose mente pelo prazer de prejudicar os outros, e que a ex-sogra conversou com seus netos - que criou mais do que a Anerose - e eles negaram abuso.)

Anerose disse, no fase do inquérito policial, que seu filho menor, tinha sido abusado por Fritz. Estranhamente, na denúncia, a vítima é o filho maior.

No seu depoimento na Justiça, ela disse (fls 2236-2237) que o filho maior sofreu abuso de Fritz, e ela sabia disso, e nada fez, porque a filha estava sendo ajudada pelo Fritz em tratamento de saúde nos Estados Unidos.

Isso é exatamente o crime do qual Sirineu, Isaías, e Marino foram acusados: de saber do abuso sexual dos seus filhos, e consentir isso, por vantagens financeiras.

Sirineu, Isaías, e Marino negaram, como seus filhos negaram. Anerose confessou. Além disso, ela relata vantagens financeiras que ela e sua família receberem de Fritz, que excedem por um ordem de magnitude, todas as vantagens recebidos pelos três pais, juntos.

Por que então, Isaías, Marino, e Sirineu foram denunciados, e Anerose não? Se Anerose fosse réu, pelas suas palavras em juízo, seria réu confessa.

Ainda, que Dr. André e Cleci alugaram uma casa fora da Colina do Sol foi usado pelo delegado como prova que eles pretendiam promover orgias com menores. Pois bem, um tempo depois das prisões, Anerose alugou a mesma casa, pessoas de Morro da Pedra me informam. Porque no caso dela, não seria indício de crime?

É crime?

O poder de um Promotor de Justiça é enorme, e sua independência para denunciar ou não denunciar, é quase absoluta.

Não sou advogado, e não conhece que limites são impostas na atuação de um promotor.

Porém, fica claro destes casos: o pai de Cleiton e Charles, que não foi denunciado pois a mãe deles foi enganada para representar; Isaías que não foi indiciado pois seu filho depois de 7 horas na delegacia, sob interrogação, "confessou" abuso, mas quando foi atrás, Isaías foi denunciado; Anerose, que confessou o crime por completo, sob juramento, e não foi denunciada.

A regra é claro: quem fez a acusação ou representação que a promotora queria, não foi denunciado. Quem insistiu na inocência dos acusados, foi denunciado.

É um abuso do poder de um Promotor de Justiça. A denúncia serve para levar a Justiça quem pode ser autor de um crime. Não é uma instrumento de coação para conseguir acusações contra quem o promotor quiser.

Perseguição de outros que defenderam inocência

Ainda, a promotora denunciou Silvio Levy por ter, na imprensa publica, usado as palavras do Evângelo a favor da presunção de inocência dos acusados.

Pediu grampo nos telefone de Cristiano Fedrigo, também por ter insistido na inocência dos acusados. Pediu grampo no meu telefone depois de eu ter batido na porta da Promotoria pedindo uma entrevista sua, e quando O Moleque que Mente® disse tinha me visto, num fim de semana em eu comprovadamente estava em Fortaleza, na mesma casa onde somente quem acusa pode aparecer sem ser suspeita. Os grampos foram mantido dez meses, prazo inconstitucional pela qual a MM. Juíza Ângela Martini também deve explicações.

Quando eu fui fisicamente agredido (agressão gravada pela televisão, colocado no ar e no site do MP-RS) e preso em frente do próprio Fórum, Dra. Natália pediu que o caso seja transferido da justiça de pequenas causas para o palco mais caro da Segunda Vara, pedido corretamente negada.

Abuso de poder

Enquanto não conheço a lei e o estatuto do Ministério Público, afirmo que aqui há uma violação grosseira de ética. Há uma diferença enorme entre promover justiça e fazer perseguição. Dra. Natália Cagliari cruzou a linha.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Na miséria?

A promotora Natália Cagliari centrou sua denúncia no caso Colina do Sol na tese de que Fritz Louderback, "utilizando com artifício a entrega de presentes diversos, consistentes em valores, alimentos e bens materiais" comprou os filhos de Morro da Pedra, cujos pais, "uma vez que chegou a receber valores e alimentos em troca da exploração sexual do filho", os vendiam.

A teoria da promotora está fundamentada na "miserabilidade em que vivia a vítima", de que as famílias de Morro da Pedra moram na pobreza absoluta, e que a pobreza material está necessariamente acompanhada pela pobreza moral.

A teoria da promotora, não é sustentada pelos fatos. Perguntei para as vítimas e suas famílias, se moram na miséria. Negam. Uns riram da minha cara.

Nós vamos ver hoje que realmente, o povo de Morro da Pedra não estava dependente em Fritz Louderback para suas despesas de dia-a-dia; que não consideram que vivem na miserabilidade; que quem teve grande dependência financeira no Fritz era a corja da Colina do Sol.

Veremos também o motivo real da promotora em fazer estes alegações: os filhos negavam o abuso, e os pais, acreditando nos seus filhos, se recusavam de acusar um homem que sabiam inocente. Acusando os pais de prostituir seus filhos, a promotora poderia fazer a acusação por conta própria, baseado nas afirmações da psiquiatra fajuta Dra. Heloisa Fischer Meyer, dos CDs entregues à Justiça pela polícia que excederam em bastante o número apreendido, e outras "evidências" de valor duvidoso.

A miséria

Faz quatro anos que estou seguindo este caso, e vi várias mudanças no Morro da Pedra neste tempo. Comentei isso em novembro, depois da visita mais recente.

Isaías reformou a casa enquanto Fritz Louderback estava preso, desmontando a antiga e construindo uma nova, melhor, no mesmo terreno. Claro que não contou com ajuda do americano. Jantei com sua família uma vez, churrasco, e numa outra visita, estava com dois porcos para engordar.

Marino faz uma festança todo ano para seu aniversário. Matou um boi e uma ovelha quando eu lá estava em 2009, naquela fim de semana. Em novembro passado, notei que ele tinha adicionado um alpendre a sua casa.

Da mesma maneira o boi que matou para a festa foi criado no seu próprio campo, a pedra do alpendre (e da casa e do estábulo) veio da sua própria pedreira.

Marino planta mandioca, e na última visita me mostrou o feijão novo, plantado em terras arrendadas da família do finado Deroci Farias de Vargas. Arrenda também as terras ao lado dos Schirmer. E tem a escritura da terra onde fica sua casa.

Eu já falei com brasileiro de interior que lamentava a chegada "desta coisa de cruzeiro", gente que cresceu numa economia de autossuficiência e pequenas trocas de bens, sem uso de dinheiro. A vida no campo, que permite a criação de mandioca, de porcos, de bodes, não pode ser equivalido a uma vida na cidade com renda igual em dinheiro.

A diferença que Fritz fazia

O ONG de Fritz, New Faces, fornecia aulas de reforço, de inglês, e fornecia pequenas ajudas, como tênis e matéria escolar no começo do ano. Também, pelo médico Dr. Everton em Novo Hamburgo, conseguiu tratamento médico para o povo de Morro da Pedra.

Fritz tinha conexões americanos para tratamento mais especializado. Já falamos do tratamento da menina Laura, conseguido através da Shriners Hospital, com hospedagem e doações de nudistas, a propaganda na Boletim do AANR apontada pelo FBI como a "imagem mais notável" que encontraram nos discos rígidos externos.

A doença de Sirineu poderia ter sido identificada mais cedo, e tratado com sucesso, caso o trabalho de Fritz tivesse continuado como estava, antes das falsas acusações de pedofilia? Nunca saberemos. Há gente rica que morre de câncer: certas coisas nem todo o dinheiro do mundo compra. A esposa da própria Dr. Everton morreu de uma câncer que poderia ter sido identificado em tempo para o tratamento, mas os médicos brasileiros não identificaram.

Esperança

A diferença maior que Fritz fez, poderia ter sido a esperança. Mostrou para as crianças de Morro da Pedra um mundo maior que Morro da Pedra, e deu a elas a esperança de que fazia parte dele. Incentivava elas para que continuassem na escola.

O professor Paulo, que organizava as aulas de reforço, disse que foi interpelado, "Porque dar aulas para estes meninos? Vão todos acabar na pedreira, mesmo." E, sim, quase todos estão nas pedreiras. Uns não tiverem mesmo interesse nas aulas. Mas outros, quem sabe se o trabalho de ONG tivesse continuado, teriam um futuro maior?

A família de Cleiton e Charles

Cleiton e Charles receberam as pequenas ajudas que muitas crianças de Morro da Pedra receberem de Fritz Louderback, "...entrega de presentes diversos, consistentes em valores, alimentos e bens materiais – tais como: aparelhos de telefone celular, roupas, calçados, bicicletas..." nas palavras da promotora na denúncia.

Um dos policias - não notei o nome, mas teria sido Sylvio Edmundo ou Marcos - afirmou nas fls 1430-1431 de que:

"Certifico que, nesta data, estive na residência da Sra. Ereni da Rosa, localizada na Estrada da Grota, na Vila dos Picolés, onde verifiquei que no local existem várias casinhas de madeira onde residem pessoas muito carentes, entre elas a Sra. Ereni".

Enquanto a polícia juntou fotos da casa de Sirineu - que de fora parece precisando muito de reforma, ainda que por dentro, é tudo limpo - não juntou fotos da casa de Ereni. Para meus olhos, o que mais se destaca na Vila Picolé é a verdura do gramado. A casa me pareceu bem construída, muito mais do que as cabanas da Colina do Sol, e nestes quatro anos que sigo o caso, o pai deles a aumentou duas vezes. Ele mesmo fez o trabalho, e em harmonia com o que já tinha erguido, não deixando ares de "puxadinha". E isso sem a ajuda de Fritz, que estava na cadeia, ou com suas finanças comprometidas com as despesas do processo.

"Pessoas muito carentes?" De uma das casas, restava somente os alicerces. Era da família de Gilberto, que aguardava mais de uma década quase R$200 mil reais devido pela empresa Naturis ou seus donos, Celso Rossi, Paula Fernanda Andreazza, e o Clube Naturista Colina do Sol. A casa já foi reconstruída, neste último ano.

O truque jurídica

Já comentamos que algo que chama atenção na denúncia é a folha que fala "DAS REPRESENTAÇÕES NOS CASOS DE DELITOS SEXUAIS". A promotora acho necessário explicar porque prosseguiu com estas acusações, sendo que além dos acusados, as próprias "vitimas" e seus pais, negaram que tivesse acontecido qualquer crime.

No caso de JLO, a explicação é:

Para JLO, aplica-se o art. 225, §1°, inciso II, do CP, tendo em vista que os delitos foram praticados com abuso do poder familiar, já que o pai Marino José de Oliveira foi conivente com os crimes, obtendo vantagem econômica dos fatos, sendo também denunciado em razão disso.

O raciocínio velado é que "a miséria absoluta corrompe absolutamente", que pobre faz qualquer coisa, até prostituir seus filhos, para pequenas quantias.

Mas a promotora e delegado acreditam nisso, ou é somente um pretexto?

Vimos que Ereni assinou a representação (enganada sobre o que se tratava), e seu marido não foi denunciado. Quando um filho de Isaías "confessou" ser vítima, depois de 7 horas na delegacia, delegado Juliano expressou para a imprensa a opinião de que Isaías também era vítima. Depois que Isaías e seus filhos relataram a Corregedora a agressão física e moral que sofreram, indiciou Isaías.

E nenhuma mãe foi denunciada.

Os fatos sustentam melhor a tese de que a denúncia foi motivada não pela "conivência", mas pela resistência aos desejos da promotora. Não porque foram coniventes com o abuso dos seus filhos, mas porque recusaram ser coniventes com acusações falsas.

Favores maiores para CNCS

Em valores, os empréstimos de Fritz Louderback para os sócios da Colina do Sol, foram muito mais relevantes do que os pequenos presentes para as famílias de Morro da Pedra. O único destes presentes do que recordo o valor, é uma bomba de poço dado para Isaías, no valor de uns R$300. O custo dos divisórios da casa de Marino - que era para adequar a sala, numa sala de aula, e do estábulo, que ia abranger cavalhos para uma programa de tradicionalismo gaúcho - nunca vi valor.

Mas o que era emprestado para Eta, e para Bete e Raul, era respectivamente em volta de R$ 14.000,00 e $15.500,00. Tuca também recebeu empréstimo, que Fritz chegou a protestar.

O advogado de Fritz perguntou no Fórum o que a promotora não cogitou na sua denúncia: Dado os valores expressivos que Fritz deu para estes sócios da Colina do Sol, eles emprestarem seus filhos para Fritz para favores sexuais? Responderem que não.

80% das acusações de abuso sexual infantil são falsas, conforma a delegada de NUCRIA em Paraná, que explica:

 
"Muitas das denúncias falsas são apenas para prejudicar outras pessoas. E quanto mais grave ela é, maior é a chance de ser infundada."
 

A promotora usou dois pesos e duas medidas: as famílias de Morro da Pedra recebiam pequenos favores, e por isso vendariam seus filhos; a corja da Colina do Sol deviam somas altas, mas sua palavra era totalmente confiável.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A Rosa Branca

Alexandre Schmorell, amanha São Alexandre
A leitura de cama do momento, "The Treasure of the Sierra Madre", levou a uma busca de informações do autor, B. Traven. A identidade real dele é um mistério até hoje. Wikipedia sugere que outro livro dele, The White Rose, poderia ter inspirado o nome de um grupo estudantil anti-nazista em Munich durante a segunda guerra mundial.

O White Rose de Munich distribuiu panfletas contra o governo nazista. Vários dos seus líderes morreram na guilhotina. Outros, processados, foram inocentados, até sob a regime nazista.

Um dos executados, Alexander Schmorell, será canonizado pelo Russian Orthodox Church Outside Russia, este sábado e domingo, 4 e 5 de fevereiro de 2012.

Terrores de nossos tempos

É bom lembrar que a Corregedoria da Policia relatou que ouviu dos filhos de Isaías Moreira, de que foram ameaçados de morte por policias do equipe de delegado Juliano Brasil Ferreira - e confirmou que de fatos estes policiais estavam em Morro da Pedra no dia relatado.

As vítimas do caso Colina do Sol sofreram, sim, ameaças de morte. E quem morre pela polícia gaúcha não fica menos morto do que quem morreu pelo Gestapo. O povo de Morro da Pedra enfrentou com coragem o mesmo perigo que os estudantes da Rosa Branca.

E não somente ameaças. Os três pais, Marino, Isaías, e o finado Sirineu, enfrentaram um processo criminal (no caso de Isaías, dois processos) em vez de acusar inocentes. Cristiano Fedrigo foi informado no Palácio da Polícia em Porto Alegre que ele seria "o oitavo acusado". Tinha sua bilhete de avião para Nova Iorque na bolsa, e ficou e lutou. Sua mãe, Nedy Pinheiro Fedrigo, informada pelo seu médico que morreria caso não abandonasse Barbara e o estresse provocado pela corja da Colina, não a abandonou. E morreu, mesmo. Silvio Levy foi processado por ter defendido os acusados em textos no Jornal Olho Nu. Até eu fui processado, por ter levado uma cotovelada de um conselheiro tutelar, durante uma manifestação até então pacífica, em frente ao Fórum.

Amigos de Fritz Louderback, dentro da Colina do Sol, enfrentaram a ameaça da perda do seu patrimônio às mãos do Conselho Disciplinar da Colina, que não vou comparar com os tribunais nazistas, pois as nazistas as vezes inocentavam, como nos casos de uns dos membros da Rosa Branca.

O livro "No Crueler Tyrannies", pelo qual Dorothy Rabinowitz ganhou o Prêmio Pulitzer, leva o subtítulo de "Acusação, Falsa Testemunha, e Outros Terrores de Nossos Tempos". A onda de "redes de pedofilia" já passou nos EUA, devido em parte ao trabalho de Rabinowitz, mas ainda está em alto aqui. O terror de nossos tempos.

As formas de covardia

A covardia toma muitas formas, como "não é comigo", ou "é preciso salvaguardar o nome da firma", ou "é melhor aguardar a Justiça", ou "deixe para as autoridades competentes". Toma tantas formas, porque é tão comum.

Bastante comum é a "coragem" daqueles que se juntam a um linchamento: é mais fácil participar de uma "marcha contra a pedofilia" do que recursar o convite. Mais passivamente, há aqueles que acham "mais seguro" acreditar na acusação do que na defesa. Outra forma de sair de fininho é achar que "é muito complicado". Simples o suficiente para acreditar nas acusações, mas complicada demais para entender-los.

Coragem é mais raro

A coragem é mais raro, e mais difícil. Os do White Rose enfrentaram a possibilidade da morte, mas também Isaías e seus filhos, e Nedy, enfrentaram a mesma ameaça, e não no anonimato. Os três pais tinha a certeza de ser processados, caso não cedessem. Ficaram firmes.

A data é propicio para saudar a coragem de Alexander Schmorell, logo São Alexandre. Ele enfrentou o terror do seu tempo. Mas o povo de Morro da Pedra enfrentou o terror de nossos dias, e seu coragem não é menor.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A escolha das vítimas

No caso Colina do Sol, o delegado e a promotora se esforçaram a procurar motivos torpes para os acusados e para as vítimas. Fritz Louderback não poderia ter ajudado os menos favorecidos de filantropia, e elas não poderiam ter defendido um amigo que sabiam inocente. Tinha que ter um motivo sujo.

Não questionaram os motivos dos acusadores.

Nos já comprovamos aqui motivos para Etacir Manske, Arcelino Raul de Oliveira e Elisabethe Borges de Oliveira: deviam somas significativas para Fritz Louderback.

Tuca queria se vingar dos meninos?
Está na hora também de relembrar as rixas antigas de João Ubiratan dos Santos, vulgo "Tuca", tinha também contra certos jovens de Morro da Pedra.

Muitas crianças participaram das aulas de reforço de New Faces, das aulas de futebol no Barracão, nas festas no restaurante da Colina do Sol, e receberem bicicletas no Natal.

Porque estes crianças de Morro da Pedra e não outros, foram escolhidos como "vitimas", um papel que trouxe transtornos para eles, e prejuízas para suas famílias? Porque eles, e não outros?

Os motivos de "Tuca"

Em dezembro, examinamos em detalhes as acusações de que os filhos de Sirineu sofrerem abuso. Provamos que as acusações não procedem. Mas porque JS, GFD e RAS (este último sendo Régis) foram assim prejudicados?

Em fevereiro do ano passado, publicamos a reclamação que estes três e o filho de Marino assinaram para a diretoria da Colina reclamando de insultos que sofrerem de Tuca. Publicamos a resposta da Colina, ignorando as ofensas e o ofensor, mas procurando jogar culpa nas vítimas.

Recomendo que meus leitores releem a carta.

Mas não pode ser coincidência? Pode ser por algum outro motivo que estes foram os escolhidos, que não foi indicação de Tuca?

Encontramos nas fls 92-93 do processo o Relatório de Serviço do viagem feito à Colina do Sol em 05/12/2007 pelos inspetores Sylvio Edmundo dos Santos Jr, cujos métodos de policiamento já detalhamos, e Marcos Stoffels Kaefer, que um dos filhos de Isaías identificou como o policial que o agrediu no noite de terror na delegacia.

Sabemos com quem tratamos, então. Aqui, o relato:

Relatório de Serviço

Senhor Delegado:

Em cumprimento ao OS nº 038/2007, por volta das 13:30 da tarde, do dia 04/12/07, tripulando a VTR IPC-1547, deslocamos de TAQUARA/RS, localidade de Morro da Pedra, Clube Naturista Colina do Sol, com vistas em localizar e acompanhar a pessoa de TUCA para depoimento nesta especializada.

Ao chegarmos no referido Clube, fomos recebidos na portaria pela Zeladora e responsável pela recepção do Condomínio/Clube Colina do Sol, Sra. Tereza, a qual passou-nos aos cuidados de Rosane, funcionário do Condomínio.

Rosane nos conduziu a presença do alcunhado TUCA, o qual, segundo dados da investigação, poderia ser de extrema valia na condução da investigação, dado que este, por ser um morador antigo da região e um dos pioneiros na criação do Condomínio Naturista Colina do Sol, conheceria desde da sua chegada ao Condomínio a pessoa de "FRITZ", alvo da investigação, bem como alguns responsáveis pelos menores envolvidos nos abusos perpetrados por "FRITZ", bem como de eventuais cúmplices nos abusos, ocupando os papeis de aliciados e aliciadores.

TUCA, ainda poderia corroborar o teor dos depoimentos já colhidos de condôminos, contrários às condutas de FRITZ, os quais suspeitam que o alvo cometa atos libidinosos com estas crianças, assim como TUCA.

Esclareça-se que TUCA já inquiriu pessoalmente FRITZ e seus eventuais cúmplices sobre as suspeitas de pedofilia, fato este que resultou em lavratura de ocorrência policial e instauração de TC, onde TUCA foi encaminhado às barras da Justiça de Taquara para esclarecimento dos fatos.

[fim p. 1]

Convém ainda, salientar que o TUCA demonstrou saber sobre eventuais denúncias encaminhadas às autoridades policiais, comprometendo-se a revelar tudo o que sabe sobre FRITZ, bem com de suas suspeitas e de algumas condôminos a respeito de ser o alvo um aliciador e abusador de crianças, utlizando-se para tal da filosofia Naturista, as dependências do Condomínio, sua avatajada situação sócio-econômico, bem com de sua qualidade de estrangeiro residente no país, mas com a sua condição e prerrogativos de cidadão Americano preservadas, inclusive de "Mariner Aviador", aposentado de Marinha Americana, tendo lutado no Vietnam.

Por derradeiro, segundo TUCA, FRITZ teria sob sua posse e guarda uma pistola, não sabendo informar o calibre, marca e procedência, alertando que tal armamento costuma estar no interior da caminhonete Ford/Ranger, cor branca, de propriedade de FRITZ, onde este cotidiamente e visto na companhia de ANDRE HERDY, simpatizante e cúmplice de FRITZ nos abusos e festas promovidos com menores, regadas a bebidas alcoólicas e drogas.

É o relatório.
POA, 05/12/2007

Sylvio Edmundo dos Santos JrMarcos Stoffels Kaefer

Citamos a delegada Eunice Bonome, do Nucriade de Paraná, que disse que 80% das denúncias recebidos eram falsas, explicando:

"Muitas das denúncias falsas são apenas para prejudicar outras pessoas. E quanto mais grave ela é, maior é a chance de ser infundada. Por isso, precisamos tomar muito cuidado com as informações que chegam até nós"

Vingança

Tuca tinha motivos e de sobra, então, para dar o troco contra Fritz e André, e também contra estes três filhos de Sirineu, e o filho de Marino.

Ele faria isso? Nos já publicamos sua ficha com a condenação de seis anos por sequestro, e ele cedeu uma entrevista ao blog, em que afirmou que "Já sequestrei, já roubei, e já fiz coisas piores."

Quebraria a oitavam mandamento, "Não levantaras falsa testemunha contra o teu próximo?" Bem, temos o histórico dele.

Conivência

Mas não foi uma vingança isolado de Tuca. A Colina do Sol mandou suas advogadas para assistir nas audiências, e presumo que foram pagos por isso. O Boletim que a Colina manda para uns sócios - mas não para todos, ainda que tem os emails de todos na hora de fazer exigências - informou em dezembro, que uns 10% da arrecadação é gasto com advogados. Uma proporção extraordinário! Além disso, o mesmo boletim informa que:

O sócio João Ubiratan (o Tuca), [...] agora, contratado pelo clube, continua como supervisor de segurança.

Pagou advogadas para acompanhar a acusação falsa. E não foi para ajudar, os advogados dos acusados formalmente reclamaram da presença destas estranhas num processo sob "sigilo de Justiça". E agora exige que os sócios pagauem todo mês uma taxa de "proteção" para o homem que já sequestrou.

O caso d'Ela Que Fala com os Mortos, que examinaremos na próxima, esclarece ainda mais.