domingo, 9 de maio de 2010

O prazer de mentir

No caso Colina do Sol, 73 testemunhas foram ouvidos, sem contar as carta precatórias mais recentes. Destes, 70 não fizeram acusações contra os réus, ou até falavam que os achavam inocentes.

Já vimos que vários da corja tinha motivos financeiras para acusar Fritz Louderback: deviam dinheiro para ele, que pararam de pagar assim que suas acusações colocaram seu credor na cadeia.

Conhecemos hoje outro motivo atrás das acusações, "o prazer de mentir para prejudicar pessoas". Quem teve este prazer é Anerose Braga; quem a entregou foi a ex-sogra, num depoimento por carta precatória em Novo Hamburgo, em 10/12/2008.

A neta Laura

Uma figura que reparece no caso Colina do Sol é Laura, filha de Anerose, menina da Colina do Sol que nasceu sem os dois antebraços. Fritz Louderback, pelas suas conexões com hospitais e naturistas nos EUA, conseguiu prósteses para Laura no Hospital Shriners em Florida, transporte para a menina e seus pais, e hospedagem, este numa área naturista perto do hospital.

Estes viagens, com pai ou mãe, para tratamento médico gratuito, foi um dos casos de "tráfico de crianças" do qual Delegado Juliano Brasil Ferreira falou.

Recursos foram levantados com uma propaganda na AANR Bulletin; esta propaganda foi "uma das imagens mais notáveis" que a FBI encontrou periciando itens de informática apreendidos no caso.


"Uma das imagens mais notáveis"

Família tinha estreitas ligações

A família de Anerose Braga tinha fortes ligações com Fritz Louderback e Barbara Anner, como a sogra relata aqui. Barbara me contou que numa certa época, depois que compraram a casa em Colina do Sol, viajaram e para não deixar a casa vazia, a família de Anerose morava lá. O marido de Anerose trabalhava para Fritz como tradutor e secretário.

Dona Elsa conta que seus netos nunca falaram de abuso antes das prisões, e quando ela perguntou depois, negaram.

Anerose Braga é um dos três que fizerem acusações em juízo. Temos aqui, de quem a conhece bem, uma explicação clara de porque não devemos acreditar nas palavras que saem da língua envenenada de Anerose Braga.

Comarca de Novo Hamburgo
3ª Vara Criminal
Rua Dr. Bayard de Toledo Mércio, 66 - CEP: 93548011 Fone: 51-3593-4233
_____________________________________________________________

TERMO DE AUDIÊNCIA - CRIME

Data:
10/12/2008
Hora: 16:15
Juiz Presidente:
Cláudia Caprio Tarasconi Vellinho
Processo nº:
019/2.08.0009892-4
Natureza:
Precatória de Inquirição
DEPOIMENTO:
ELZA MARIA ASTOLFI BRAGA, 88 anos, do lar, residente na rua Três de Outubro, xxx, bairro Ideal, Novo Hamburgo/ RS. Aos costumes disse nada. Advertida e compromissada. A depoente não conhece o local dos fatos narrados na denúncia. Nunca esteve lá. Conhece o réu Frederick Calvin Louderback. Refere que o filho da depoente morava em Taquara, com a esposa, que era professora. De lá, o filho conheceu o réu Frederick. O filho da depoente convidou os réus Frederick e Bárbara, e mais um tio do réu Frederick, atualmente falecido, para passar o natal, pois seu filho referiu que aqueles estavam sozinhos, que não tinham parentes. Refere que a neta da depoente não possuía nenhuma das mãos em ambos os braços. Refere que o réu Frederick viu a menina e quis ajudá-la, e fez questão de conhecer os pais para dar o tratamento específico em sua clínica situada nos Estados Unidos. Refere que sua neta foi para os Estados Unidos acompanhada pelo pai e pela mãe. Permaneceram por volta de um mês nos Estados Unidos, na casa do réu Frederick, onde foram muito bem tratados. Na clínica do réu fizeram vários exames e uma prótese de couro, que a menina podia mexer os braços e mãos. Atualmente, a menina tem 14 anos e já está no primeiro ano do segundo grau. Diante disso, o filho da depoente convidou o Frederick e sua esposa Bárbara para passarem o natal na casa da depoente. Refere que ambos são muito agradáveis e educados. Refere que falavam inglês, muito pouco português. O filho da depoente traduzia. A depoente não acredita que os fatos da denúncia sejam verdadeiros em relação aos réus Frederick e Bárbara, porque eles ajudaram muitas crianças, são pessoas muitos boas. Quando a depoente soube pelo jornal do ocorrido, a depoente perguntou para os seus dois netos menores, que residiam em Taquara, se havia acontecido alguma coisa com eles, e os netos responderam que não. Esclarece que os netos moravam com a mãe, que havia se separado do filho da depoente. PELA DEFESA: O nome do filho da depoente é Gerson Antônio Braga. O nome da neta da depoente é Laura Astolfi Braga. O nome da mãe da menina é Ane Rose. A depoente nunca tinha ouvido falar de que o réu Frederick e Bárbara tivessem abusado de alguma criança, até ler a reportagem pelos jornais. Refere que sua ex-nora tem problemas comportamentais. Refere que a palavra certa é “destruidora de família, não quer ver ninguém feliz”. Ela destruiu o casamento da outra filha da depoente, falando mal para o noivo da filha da depoente, fazendo intrigas e fofocas. Refere que a Ane Rose era uma compradora compulsiva. Refere que Ane Rose tinha o prazer de mentir para prejudicar pessoas. A depoente não permite mais que Ane Rose freqüente a casa da depoente, de tanto que prejudicou a família da depoente. Refere que Vitor é neto da depoente e foi criado mais pela depoente do que pela mãe. Refere que Vitor nunca comentou com a depoente que teria sido abusado pelo réu Frederick. Refere a testemunha que se isso tivesse acontecido, Vitor teria lhe falado. A depoente acredita que Ane Rose tenha sido influenciada para fazer denúncias, e também acredita que Ane Rose também teria influenciado outras pessoas. A depoente desconhece que pessoas seriam, mas pelo caráter e personalidade de Ane Rose poderia ter ocorrido. Refere que o tratamento que a sua neta recebeu foi muito bom para ela, foi muito positivo na vida dela. No tratamento que a neta recebeu não teve custo nenhum para a família da depoente. Refere que em nenhum momento Ane Rose comentou com a depoente sobre abusos dos réus. Refere que não fala com Ane Rose há mais de quatro ou cinco anos. Refere que os netos é quem trazem informações de Ane Rose para a depoente. Refere que Ane Rose não é doente, mas sim “maluca”. PELO MINISTÉRIO PÚBLICO: Refere que sua neta precisou ir duas vezes para os Estados Unidos, para tratamento. A neta começou o tratamento com 09 anos, e acabou com onze anos. Atualmente, sua neta possui 14 anos. Refere que sua neta não quis mais usar a prótese porque achou incômoda. Desistiu da adaptação do aparelho. Refere que o réu Frederick ficou comovido com a neta da depoente, por isso ofereceu ajuda. A depoente não se recorda bem de datas no que se refere a época do natal em que os réus Frederick e Bárbara estiveram na casa da depoente. Atualmente Vitor tem 22 anos recém completados. A depoente não fala com Vitor desde que o mesmo foi trabalhar de garçom em um navio italiano de turismo, em junho deste ano. Refere que Laura e Lucas moram com a mãe. Refere a depoente que Lucas dá mais assistência à Laura do que a própria mãe. Refere que Vitor antes de trabalhar no navio, morava com o pai e com a depoente. Nada mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário