sexta-feira, 10 de julho de 2009

Os capangas de Celso Rossi

A Colina do Sol foi sempre um lugar de contrastes: entre a face pública de "comunidade naturista" dedicada a naturismo familiar, e a swing mal-disfarçada do Camping e a hostilidade aberto aos jovens; entre a bandeira da igualdade encontrado quando todos se desvestem dos trapos de civilização, e a discriminação assumida contra as pessoas pobres da comunidade de Morro da Pedra; entre o papo de irmandade internacional, e o hábito de cobrar mais de quem vem de longe.

Cidade sem roupa, terra sem lei

De longe, pela ótica da imprensa, parecia "a maior comunidade naturista de América Latina". Não é bem que "tudo que é sólido se desfaz no ar" - se desfaz na terra, ou melhor, nas terras. Caiu a máscara. Celso Rossi agia por meio de fantoches, manipulando os fios de trás da cenário. Agora está aparecendo em pessoa. Mas vamos ver o que ele tem a dizer, no processo da Sucessão de Gilberto.

Ele se manifesta nas fls. 653 do processo, em 29 de maio:

... é uma pequena cidade ....
Pela característica e finalidade especial do lugar - a prática do naturismo - torna-se necessária, à preservação da moral e dos bons costumes, um força coercitiva que tenha reais poderes sobre os usuários e habitantes do local. Por este motivo, toda a área foi unificada como propriedade do CNCS - Clube Naturista Colina do Sol, entidade com autonomia política e poder moral de balizar o conduto dos residentes que possuem suas casas sob a forma de concessão de uso, sendo o CNCS o concedente e os usuários seus concessionários ...

"Uma força coercitiva". Certo. É sr. Tuca, que como foi comprovado aqui com registros de Justiça e policiais, já foi condenado por sequestro e tem o hábito - de tanto ter acontecido não pode ser chamado de menos - de ameaçar os outros com arma em punho. Muitos desistiram de freqüentar a Colina do Sol porque sua idéia de um lugar para relaxar com a família não inclua um "Diretor de Disciplina", muito menos um deste estirpe. Alem disso, há os capangas que, conforme Boletim de Ocorrência abaixo, Celso mandou para ameaçar uma viúva.

E há os que mataram Dana Wayne Harbor. Wayne tinha colocado $250 mil no empreendimento Ocara, para conseguir um participação minoritário. Celso conseguiu a maioria dos ações entrando com o terreno - terreno que aqueles que já compraram "títulos" e "concessões" na Colina achavam fazia parte do patrimônio que tinham comprado.

Wayne tinha juntado caixas de documentos comprovando o fraude do qual era vítima, documentos que sumiram com o morte dele. Conveniente. E com Wayne fora, Celso reassumiu o Hotel Ocara.

E, também, há quem colocou uma bomba incendiária na chaminé de Barbara Anner, quando ela estava no Fórum de Taquara. Um crime dos mais graves, com qual a diretoria da CNCS nunca se preocupou. IO portão que fecha o Beco de Araújo, para "segurança", em nada ajudou - até piorou, pois o especialista em chaminés que Barbara chamou, foi barrado na porteira - e depois negado o direto de prestar serviço aos residentes.

Mas como a porteira teria ajudado, se os autores dos atentados ficaram por dentro? Das duas, uma: ou todos estes capangas são dedos de uma mão, ou pistoleiros correm soltos na "pequena cidade" "com autonomia política" de Colina do Sol.

Dois Magos

Há mais palavras do sr. Celso Rossi. Muitas não vou gastar teclas para relatar. Na Colina do Sol montaram uma ou mais que uma "cooperativa trabalhista", fachadas transparentes para burlar as leis trabalhistas e sonegar os impostos de INSS, que creio que já foi comprovado em mais de um processo trabalhista. Celso levanta esta velho fraude, fingindo que a "cooperativa" tinha substância. Entre outras das mentiras de sempre.

Em vez de perder o tempo de leitor com isso, vou lembra dois magos, o do Oz de o de Orthanc. O "homem atrás da cortina" foi revelado em Oz, um homem comum e muito menor do que se projetava: no Oz, com fumaça e luzes, e óculos verdes que deram seu cor na Cidade Esmeralda. Em Colina do Sol os óculos são cor-de-rosa, e a mágica da mídia foi usado para dar feições de homem grande, ao um que não passa de um estelionatário, como urge este processo. Mas dos grandes, não posso negar.

O mago do Orthanc, Saruman, tinha como seu maior poder, seu voz: sua capacidade de persuadir, de intimidar, de ludibriar. Perdeu o poder do seu voz. Não encontrei Celso na ápice do seu poder. Quando o vi pela primeira vez em Tambaba, eu estava prevenido: já sabia que tinha um oficial de Justiça na sua procura, naquele momento, em Taquara.

Mas, lendo estes bobagens, não importa o que já foi o poder da sua palavra. Já foi. Não tem mais.

Calunias e verdades

Depois de desprezar o poder cívico da cidade de Taquara, Celso Rossi vira seu poder de fogo, que hoje não passa de poder de fumacinha, neste direção:

Infelizmente, nos últimos tempos, um grupo de pessoas mal intencionadas, com interesses direcionados à desestruturação da Colina do Sol, tem-se aproveitado desta reclamação trabalhista para seus interesses. Tal grupo tem feito uso da Internet e outros meios de comunicação com o objetivo dirigido de promover calúnias, de acabar com o fluxo turística no local e levar o clube à bancarrota, para que eles podem assumir o controle da área em definitivo....

É conveniente esclarecer a definição da palavra calunia: acusar alguém falsamente de um crime. Falsamente, repito. Aqui, comprovo com documentos, cito fatos, dou informações. É chamado "jornalismo". E quando acuso alguém de crimes, é porque tenho como comprovar.

Sobre "acabar com o fluxo turístico", noto que o portão da Colina afasta turistas. O passaporte INF não é honrado, e sem explicações. Claro que o portão tem suas utilidades: barrar oficiais da Justiça à procura de sr. Celso Rossi e outros que ai se escondem; barrar funcionários municipais fiscalizando os empreendimentos do sr. Celso Rossi; barrado funcionários e visitas ao sr. Fritz Louderback e sua família; e barrar pessoas que poderiam acabar com incêndios criminosos antes que eles se alastram.

Celso ainda faz ameaça:

Agora, ante ao risco o que está submetido o empreendimento como um todo, está de volta ao Colina do Sol e atuando no sentido de recuperar o fluxo turístico e o desenvolvimento que tantos benefícios já trouxeram para a comunidade de Taquara num passado recente.

As fontes de recursos na Colina do Sol estão, realmente, muito reduzidas, ainda mais após as notícias nacionais veiculadas sobre o caso de pedofilia que gerou a disputa acima referido e a campanha difamatória promovida pelo grupo citado.

Bem, como o sr. Rossi sabe perfeitamente - com Taquara inteira sabe - não houve caso de pedofilia coisa nenhuma. Houve falsa denuncia - calunia - partindo de um grupo que engloba a diretoria da Colina do Sol. Nenhuma criança de Morro da Pedra alega ser molestado, todos as crianças apontados como "vítimas" pela corja da Colina negam que houve crime, muitos com grande vigor.

Celso Rossi esta de volta. Por que não está em Rincão? Será que eles ainda não esqueceram por lá o barragem que se rompeu? Será que as casas do padrão da Colina - chamados por lá de "rocinha" - ainda não desabaram por completa?

E Pedras Altas? Celso vendeu "concessões" para construir num área ambiental onde o lei do estado não permite construção. A licença precária do município (que não permitia a construção) vence em 2010. Sim, talvez não seria a hora certa para Celso Rossi voltar para Pedras Altas.

Voltou para Colina porque queria, ou porque não tinha outro lugar naturista que o aceitaria?

Abaixo, a boletim de ocorrência sobre a investida mais recente de capangas contra uma vítima do gangue da Colina. A grilagem de terra fica para outro dia.




POLICIA CIVILPORTO ALEGRE - 03 DEL. POLÍCIA FOLHA 1
OCCORÊNCIA 4990/2009SIMPLES 05/06/2009 17:03:58
Registro :05/06/2009 as 16:44 horasCOMMUNICAÇÃO: PESSOAL ABERTA
FATO :OUTROS CRIMES
CONSUMADO
 
LOCAL : OUTROS PARAOBÉ RS BRASIL
RESIDÊNCIA
CENTRO
 

HISTÓRICO: Informa a comunicante que no dia 03 do corrente mês e ano, o reclamado Celso Rossi enviou capangas a residência de sua cliente A. V. com o objectivo de coagir ela a fazer um acordo vil junto a reclamatória de seu marido (falecido) GILBERTO DUARTE DE VARGAS. Que tal fato não é a primeira vez que ocorre. Registra para fin de direto.




2 comentários:

  1. Richard onde consigo uma cópia desta ocorrência?

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  2. O boletim faz parte dos documentos do processo da Sucessão de Gilberto, caso 0091000-09.1999.5.04.0381, na 1a Vara da Justiça de Trabalho de Taquara. O prédio fica bem ao lado do Ministério Público, e geralmente o acesso aos processo da Justiça de Trabalho é mais fácil que a Justiça comum, especialmente em Taquara. Vale a pena folhear o processo, lá se encontra Celso oferecendo menos de R$5 mil para o morte de um pai de família, e fotos do iate do Capitão.

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